Capacitação de Síndicos
Atual complexidade da gestão de condomínios requer tempo e conhecimento

Quem acha que administrar um condomínio atualmente é tarefa simples está muito mal informado ou mal intencionado. A função, dependendo do tamanho do empreendimento, pode se igualar a administração de uma empresa.

E não se trata apenas da complexidade das tarefas. O síndico – seja ele profissional ou não - é o representante legal do condomínio nas mais diversas esferas da lei: civil, criminal, ambiental, trabalhista, entre muitas outras.

Ou seja, ele é o responsável por quase tudo que acontece ali, podendo inclusive ser indiciado judicialmente ou ter que pagar do próprio bolso por dinheiro que tenha sido gasto de maneira incorreta.

Obrigações legais

O conhecimento necessário é grande: apenas em se tratando de infraestrutura são mais de onze itens, como laudo para as instalações elétricas, medição ôhmica e emissão de laudo técnico de pára-raio, análise bacteriológica das caixas d’água, entre outros, sem contar os itens referentes ao combate a incêndios como atestado de formação de brigada e teste eletroestático dos extintores.

Há também as obrigações para com os funcionários, como a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), o PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional), e o PPRA (Programa de Prevenção e Riscos Ambientais); e mais outras responsabilidades na parte administrativa do condomínio, como o INSS do síndico, o pagamento dos encargos corretos (PIS, COFINS e CSLL) para empresas, funcionários (CLT, FGTS, PIS) e autônomos contratados (ISS, dependendo do município).

Gestão empresarial

O síndico moderno também deve ter habilidades organizacionais e até conhecimentos jurídicos sobre as leis que regem os condomínios. Sem esses atributos, certamente terá dificuldades ao lidar com a previsão orçamentária, fluxo de caixa, controle inadimplência, entre outros, e com a aplicação das Leis e regras internas que organizam a vida em condomínio.

Perfil

Além das obrigações fiscais e com a lei, o trabalho do síndico também deve considerar a parte humana. Ele deve ser capaz de lidar com funcionários, lidar diplomaticamente com brigas entre vizinhos, problemas de condôminos com o regulamento interno, reclamações dos moradores em relação ao trabalho dos funcionários – e, principalmente, saber ouvir críticas ao seu próprio trabalho.

Também é fundamental que o síndico saiba ouvir a todos, seja bem organizado e saiba planejar ações para o condomínio a curto, médio e longo prazo.

Como se pode ver, ser síndico não demanda apenas um pouco de conhecimento e boa vontade: é preciso saber sobre diversos campos e ter um perfil que se adeque à tarefa.